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Mas, na prática, o português do Brasil evoluiu dramaticamente a ponto de ter características únicas. Se, por um lado preservamos estruturas arcaicas que praticamente caíram em desuso em Portugal [sistema vocálico aberto, gerúndio, próclise...]. Por outro, introduzimos vários elementos incomuns não só no português como em todo o mundo latino como as estruturas analíticas ["Eu disse a ela" e não "Eu a disse" ou "Eu disse-a"], a dupla negação ["Não quero não"] e a flexibilização do artigo no plural ["Os menino"].
Para muitos brasileiros, a dupla negação funciona como ênfase, mas não é unanimidade nacional.
Os sulistas dizem:
Não é, não!
Os nordestinos dizem:
É não...
A dupla negação não é compreendida pelos gringos.
É como se falássemos em inglês:
Yes, I don't.
Conflito lógico, com certeza...